Vem...
venha correndo
Ver o fim do sol como nós o conhecemos.
Venha ver o fim do mundo.
O Céu e o Inferno em duelo final...
Venha nos ver correr pela estrada de
terra na fazenda.
Vem correndo como jamais imaginou.
Peça que alguém o acompanhe.
Correr sozinho já é difícil.
Corra e pense,
Não pare um segundo sequer pela estrada.
Descansar, para quê?
Já estamos chegando a um local
desconhecido pela humanidade.
Há duas barcas. A do Inferno e a do Céu.
A do Céu sempre estará vazia ou com
poucos.
Ninguém é digno dela.
Diferente a do Inferno, no qual embarcam
advogados, agiotas, delegados, reis, ditadores, pastores de má fé, prostitutas.
Muitos lotam a barca.
Viemos de tão longe para embarcarmos na
barca do inferno.
E não há outra salvação. Há tão pouca
esperança nos olhos dos tripulantes.
Olhos negros. De todos eles.
Inclusive a do Diabo.
Ele nos olha por instantes, sorri e nos
convida para o embarque.
Como ele é gentil... Até a hora que
chegarmos ao Inferno.