sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A menor poesia do mundo

A menor poesia do mundo

Foi escrita por um único poeta.

Em apenas um dia.

Inspirada numa fração de segundos.

Possui apenas uma estrofe,

Fazendo-se da metade de rima.

É extensa em sua milimetragem.

Utilizou-se de uma cante ainda não inventa.

Publicada em jornais e livros de esquerda, direita.

Ao centro causou polêmica.

A menor poesia do mundo uniu povo

Destruiu nações por aparecer

em manuscritos sagrados.

Apaixonou casais por seu sentido mínimo.

Intrigou os intelectuais. Soou complexa demais.

Descreveu com precisão heróis que nunca foram à batalha.

A menor poesia do mundo

Sobreviveu aos séculos escondida em traduções

Em aramaico, árabe ou latim.

Desapareceu como uma vasta lembrança

Da infância.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

CONSTELAÇÕES


Das constelações, uma estrela solitária
Serena do firmamento.
Foi pôr causa dessa estrela só;
Que deixei as emoções do Universo.

O universo vago de estrelas- almas.
As emoções já não me pertencem.
Lhe pertencem. Nos pertencem. Estrela Dalva do céu criado

Alegria ao criar seu pano azul- céu estrelado.
Os limites da vida... os limites humanos. (limites pequenos)

Os homens as amam, somenteas estrelas.
Dalvas ou não.
O universo nos amam.

Você, estrela da vida. Viva.
Estrela só...
... os poetas a amam.
Deus Chorou

E de repente...
... Ele se senta.
Em uma cadeira branca,
Sem nenhum conforto.

Olha apenas para o nada.
Se sente melhor no escuro,
Sozinho!

Está assim há tempo,
Sem nunca dar risada,
Sem falar,
Nem ao menos se mexer.
Somente olha para o nada.

Lê aquela carta antiga...
... apaixonada...
Mas rasgada!

E Ele diz que o passado doeu.
E agora?
Esqueça o passado?

E antes de dizer,
Ele me olhou.
E chorou.

Deus... apenas... chorou!!
Macacos modernos

Creio em ti todo poderoso,
O que não mais tem valor,
O ser onipotente,
O impotente perante ao seu século,
Seu homem das cavernas.

Um primata na taba,
Na oca, na caverna,
Sem fome,
Com dor,
Pirata na taberna.

Meu vinho bebido pôr mulheres de corte,
Da corte. Nossos pobres nobres,
De boteco ao bar é um passo na esquina da idade,

Eu, um louco completo sem razão alguma,
Para estar aqui de novo,
Escrevendo sem sentido,
Como se a vida tivesse alguma...
Mas todos os patriotas me adoram,
Eu sou apenas um país parado no tempo,
Meu reino ruiu... mas não perco a pose,
Perco o jogo,
Perco os sentidos da pátria.

E minha pátria é... é... é... não sei.
De outros versos

Apenas não sei o que se passa em sua mente,
Pequena, repleta de emoções inexplicáveis
Eu já te vi de outra maneira
De outros versos,
Com outros olhos.

Dentro de mim apenas o que escondo
De você, de mim e de todo ser vivo.
Que ama. Ou poderia amar.
De outros versos.

Com outros versos vi seu pequeno universo,
Preso em mim. Você me prendeu nele.
Cuidado com a cidade medieval meu pequeno universo,
Preso dentro de você.

Versos serpentes,
Que me mataram... envenenado de palavras
Indesvendáveis, sem sentido, infames
E pôr mais que eu tente...
... em dois ou três minutos (ou até menos tempo),

aqui jaz um poeta.
Palhacinho

Palhacinho, faça o povo sorrir
Palhacinho,
de toda a sua maquiagem, seu rosto é disforme.
Palhacinho, me anime de nós. Me alegre com sua brincadeira.
Aonde caia, equilibre a bola os pratos as coisas do universo.

Palhacinho, vem gente de todo o canto
Ver sua arte. Se sinta feliz!
Você quer descanso... muitos risos, não?

Palhacinho, cadê você?
O espetáculo apenas começou
E você palhacinho, aonde está?
Maquiou- se todo, cadê você?

Palhacinho, quer descer a lona,
Ir embora com o circo... adeus!
Mas o povo ainda não sorriu.
Palhacinho, cadê você?

Palhacinho tirou seu nariz vermelho,
Retirou a maquiagem,
guardou os sapatos largos,
despiu- se do macacão colorido

E sentou- se na frente do espelho,
Sem a maquiagem. Se viu como gente.
Como normal, encarou seu verdadeiro rosto.
E gargalhou de si mesmo.

Palhacinho, cadê você?
O povo ainda não sorriu...
Prostituta

Marcas de violência no rosto,
Um copo de álcool,
Mais um desgosto.

Espelho estilhaçado no banheiro,
A privada entupida, sua igreja,
Cada desgraça.

São apenas sete pecados cometidos.
E quais de suas pernas ainda se move?

Quer ficar na cama imóvel,
Imperceptível. Fora desta realidade (ela é cruel).
Sabendo que a cura impossível
Será um novo amanhã em seu hoje.
Ruas Infinitas

As ruas são infinitas
Continuo a lhe procurar atrás de paredes de concreto...
... o meu amor por você ainda é incerto.

As ruas continuam infinitas,
Assim como os caminhos de nossas vidas.
A cidade não se importa e nem sente nossos desejos,
Sabe de nossas angústias em cima de cada prédio, prontas para pular.

Braços de ferro seguram cada parte de um corpo esfacelado de amor...
... Não há documentos, sobrenomes, sexo, roupas, faces...
Existe apenas a certeza de que choverá após o enterro.